Os limites  de um trabalho terapêutico eficaz são a abertura do cliente  e o nível de percepção do profissional. Quanto mais aberto, mais o cliente consegue resultados e quanto mais o profissional tiver a consciência ampliada, mais ajudará no processo de solução.

Cada pessoa precisa de um tempo após compreender a causa do problema para completar a solução. Alguns, com poucas sessões já conseguem se desemaranhar do que os fazia sofrer, outros, precisam de mais tempo, de um passo a passo, de um acompanhamento porque a alma precisa do seu próprio ritmo para resolver definitivamente o que precisa.

Alguns clientes, com apenas um método, resolvem o que precisam, outras pessoas precisam de apoio com outras ferramentas. É muito pessoal, mas, os focos principais do trabalho terapêutico profundo estão em  descobrir qual é o verdadeiro problema que o cliente enfrenta, a origem desse problema e buscar a cura e a solução.

Pouco ou nada adianta saber qual é a causa do problema, isso é apenas uma parte. Em seguida, é preciso trabalhar duro na solução e isso exige abertura do cliente e um elevado nível de percepção do profissional. A abertura do cliente envolve sua maturidade emocional, porque se a pessoa quer ser tratada como criança ou como incapaz, ela ainda precisará ver as coisas da vida com uma postura de adulto, sem ilusões, aceitar ver algo verdadeiro sobre si e não querer manter uma falsa imagem de vítima ou de alguém muito importante. No campo da cura e da solução não existe espaço para a ilusão, o ego inchado e o jogo mental infantil. Solucionar, muitas vezes, é dolorido. Ajudar a solucionar e curar, muitas vezes, exige do profissional uma postura dura e firme, senão, será visto como um pai ou uma mãe permissivos e fracos que estão prontos para “passar a mão na cabeça” do filho mimado.

Quando atendo uma pessoa, os objetivos centrais são descobrir qual é o verdadeiro problema que ela enfrenta e que está lhe travando a vida em vários aspectos, depois, encontrar a causa ou as origens desse problema, em seguida,  encaminhar para uma solução e junto com isso, é essencial ajudar o paciente a ficar independente e para isso é preciso que durante o tratamento seja oferecido recurso para que ele eleve e amplie sua consciência. Já atendi e atendo pessoas que ampliaram maravilhosamente a consciência até chegar num nível muito elevado que as fazem continuar o tratamento para adquirirem mais conhecimento de si e de níveis mais sutis da existência, por exemplo, começa com uma sessão de hipnose clínica e chega a uma terapia de vidas passadas, primeiro por terem esse entendimento e, depois, pelo desejo de ir mais fundo em seu processo. Outro exemplo, recebi um feedback, um áudio de um cliente que atendo há muitos anos, que já atingiu um nível de compreensão muito elevado, inclusive, recentemente, numa participação dessa pessoa num atendimento em grupo, ela fez uma constelação em favor de um parente num nível muito acima do convencional e os resultados foram surpreendentes alçando aspectos muito sublimes. Portanto, os focos principais do trabalho profundo de terapia devem também incluir  a autonomia do paciente para que ele não fique dependente da terapia ou do profissional, isso é libertador e de valor incalculável.

Para que o tratamento seja efetivo, trabalho com o paciente para que ele tome decisões porque se ele não tomar decisões sobre questões importantes em sua vida, poderá ter um padrão mental muito apertado, estreito e de poucas perspectivas de ampliação. É como já vi várias vezes, alguém é tratado e para de fumar, não consegue colocar o cigarro na boca, sente nojo e ânsia de vômito, terminou? Não, o paciente tem que tomar a decisão de permanecer sem fumar porque isso lhe dará a liberdade do vício. O mesmo acontece com o vício da bebida. Este é um exemplo apenas, em outras áreas em que a pessoa é tratada deve-se tomar decisões também e parar de andar à beira do perigo, na borda do abismo. A pessoa pensa: ah, agora já fui tratada,  vou continuar com o comportamento, com o habito, eu estou livre disso! Não é assim que funciona e todos sabem disso!

Atendi online uma pessoa que já havia estado num workshop  comigo e num atendimento individual presencial, que decidiu dar continuidade ao tratamento. Durante o atendimento online, após entrevistar a pessoa e verificar em que ela havia avançado e  do que estava precisando, fiz a roda da vida dessa pessoa. Ao terminar, ela já havia ampliado sua consciência em pelo menos doze áreas da sua vida nas quais ainda podia se aperfeiçoar em busca de mais saúde e equilíbrio e constelado, quase sem perceber,  a relação com um elemento natural importante para ela.  Por que isso foi possível? Porque ela estava com a mente aberta e havia tomado decisões importantes depois do primeiro atendimento em grupo, removendo de sua vida algo que a bloqueava em seu progresso integral.

O que se conclui é que os limites  de um trabalho terapêutico profundo e eficaz são a abertura do cliente  e o nível de percepção do profissional. Quanto mais aberto, mais o cliente consegue resultados e quanto mais o profissional tiver a consciência ampliada, mais ajudará no processo de solução. (Aluísio Alves: Psicanalista, Terapeuta Sistêmico, Pós-Doutorando em Educação, Doutor em Educação Médica, Hipnose Clínica, Mentoria de Líderes e Equipes).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *