O território sagrado do ser humano é o seu grupo familiar, independentemente de sua configuração ou forma de se organizar.
Assim, o clã familiar de todas as tribos, de todos os povos, de todas as orientações, de todas as diversidades, carrega algo simbólico de grande significado porque oferece ao Ser a perspectiva do recolhimento, de contar com um ninho para onde pode retornar em momentos de inseguranças e desafios visíveis e invisíveis.
Imagine, por exemplo, um grupo familiar lá dos tempos primitivos, nossos ancestrais mais antigos, juntos, protegendo-se mutuamente no enfrentamento do desconhecido. Desespero, medos, incapacidade para compreender o que está acontecendo, com integrantes doentes e mortos, atacados por forças destrutivas.
Imagine os aprendizados após esses incompreensíveis fenômenos vistos como mágicos e misteriosos… perceba como esse medo ancestral tem se manifestado ao longo da história para apontar um caminho de autoproteção e proteção do clã familiar, portanto, voltar para casa é recolher-se para cuidar do que é essencial.
Mesmo os desgarrados por motivos diversos e que devem ser absolutamente respeitados e jamais julgados, os excluídos do grupo familiar, podem se recolher em suas almas e se conectar com sua consciência de clã e cuidar do que lhes é essencial.
De tempos em tempos, para fortalecimento dos laços com a casa que é a alma, o ser humano se vê tangido por aquilo que é maior do que ele e sobre o qual não tem nenhum controle, a retornar, a voltar para casa e recolher-se para cuidar do que é essencial.
Carpe diem, aproveite o tempo porque os dias passam voando.
(Aluísio Alves: Psicanalista, Terapeuta Sistêmico, Pós-Doutorando em Educação, Doutor em Educação Médica, Hipnose Clínica, Mentoria de Líderes e Equipes).