Todas as pessoas sabem que a força curativa do amor é inquestionável, porém, muita gente sofre com as relações difíceis com a vida. Por que isso acontece?
O que será apresentado neste breve estudo vem da minha vivência, do meu fazer na pesquisa, na clínica, nas empresas, nos grupos terapêuticos e nos aprendizados que tenho o tempo todo comigo mesmo, com minha história de vida, portanto, aqui não tem uma palavra final ou uma conclusão fechada, é apenas uma percepção que me permito compartilhar.
Para muitos seres, a vida é demasiadamente pesada e sem nenhuma graça. Como alguém já ensinou, somos feitos de histórias e existe gente com trajetórias de vidas marcadas pelo desencanto, pelo sofrimento, pela falta de amor, pela falta de atenção àquilo que é essencial para elas… falo da falta de atenção das outras pessoas próximas, principalmente, dos familiares. Conheço gente que cresceu debaixo de espancamentos físicos terríveis, violências que deixaram marcas no corpo e na alma.
Quantas crianças tiveram que sobreviver numa família em que faltou amor, afeto e, para piorar, as palavras machucadoras, os golpes físicos e a completa indiferença às necessidades dos pequenos seres que, pouco tempo depois do nascimento, já se viram diante de pessoas que lhes ofereciam a dura face da amargura, do ódio e da falta de empatia.
Também, é preciso lembrar de gente que não passou por nada disso na infância, mas, que em algum momento inesperado da vida, se viu envolvida em choques, traumas e outros acontecimentos que lhes roubaram a alegria e o desejo de viver.
Somos, sim, feitos de histórias e, muitas almas estão quebradas, esmigalhadas e estilhaçadas por conta das decepções, das dores e da carência do amor que cura. Nem sempre essa condição é provocada pela pessoa, porém, é ela quem deve, no presente, fazer os movimentos para se tornar um indivíduo, um indivíduo saudável, embora as cicatrizes possam teimar em continuar em sua pele emocional.
No processo de tratamento e crescimento emocional que proponho para algumas pessoas, após sua sessão inicial, está incluído o meu profundo respeito à dor que trazem em suas almas. Ajudo também a distinguir entre o sofrimento que vem do ego e a dor que sempre vem da alma. Para isso é preciso calma, tempo, reflexão, autoconhecimento e entrega à dinâmica que proponho. E por que faço dessa maneira? Porque as almas estilhaçadas precisam de um tempo sagrado, um tempo que lhes é particular, um tempo kairós para conseguirem restabelecer suas relações com a vida.
As grandes perguntas da existência precisam ser encaradas, questões como “de onde viemos?”, ‘quem somos?”, “por que sofremos?”, “por que adoecemos?”, “por que crianças adoecem e morrem?”, “o que é a morte e por que temos medo dela?”, “como retomar as boas relações com a vida?”… como se percebe, é algo grandioso que exige um olhar de alma e somente quem já resgatou sua alma pode ajudar outra alma a se reencontrar, se resgatar e se libertar… agora, pense nos repetitivos casos em que a família já se distanciou de sua alma há muitas gerações…
Almas estilhaçadas e que estão espalhadas nas relações com filhos, com esposos e esposas, com antepassados, com o emprego antigo, com as doenças, com as decepções, com os apegos materiais, precisam de um olhar amoroso para que se recomponham e possam seguir apesar das dores.
As relações difíceis com a vida podem ser transmutadas em uma boa e saudável jornada de relações inteligentes emocional e espiritualmente com todas as coisas e para que isso aconteça, será preciso uma permissão interna da alma, mesmo que esteja despedaçada, porque esse núcleo sagrado de decisão está preservado e só pode ser acessado pelo amor genuíno, o amor que cura. (Dr. Aluísio Alves, Terapeuta e Doutor em Educação Médica: atende online, presencial em consultório e grupos terapêuticos. Agende pelo WhatsApp (35)988537100 ou contato@aluisioalves.com.br)