O que uma pessoa pensa e compreende a respeito da naturalidade e da normalidade é muito particular, por isso, para compreender o outro é preciso esvaziar-se dos conceitos e das ideias para que aconteça um encontro profundo e verdadeiro.
Tenho feito dos meus atendimentos uma filosofia clínica que facilite ir ao mundo do outro que vem em busca da ajuda para seus desafios e suas dores. E ir ao mundo do outro é um constante exercício de esvaziamento, principalmente, na construção de um caminho terapêutico sob medida para cada pessoa.
O interessante é que, abrir mão das próprias crenças, desapegar dos conceitos consagrados por algumas abordagens é um movimento muito compensador porque gera resultados para quem vem partilhar suas dores e dificuldades em vários campos da vida.
Compreender o outro, sobretudo, nos processos de ajuda no consultório, cria um ambiente agradável, positivo e de pleno respeito ao mundo interno do outro e é fruto de um longo tempo de treinar e aperfeiçoar a habilidade de ouvir com profundidade e com a genuína intenção de ajudar. Por tudo isso, o tecnicismo, neste contexto, é algo muito pobre porque, por ser composto de modelos prontos, não tem lugar para o atendimento altamente personalizado; ao contrário, o tecnicismo, que é a aplicação cega e automática de técnicas ou procedimentos-padrão para todos, só traz dificuldades para que o outro se abra para ampliar sua consciência e se abra para uma dinâmica de alma que lhe traga libertação daquilo que o oprime de dentro para fora.
A velocidade do nosso mundo, o consumo rápido de tudo, a liquidez e a superficialidade dos contatos humanos têm criado padrões mentais de condicionamentos que são levados para as relações afetivas, para o vínculo com a profissão ou a empresa, para as amizades, para o autocuidado e, lamentavelmente, se não houver uma atenção maior, esse mesmo ritmo tão alucinante pode ser levado para a relação de ajuda que acontece nos atendimentos às pessoas que buscam ajuda. Daí o perigo desses pacotes prontos que vemos o tempo todo sendo oferecidos como se fossem mercadorias em período de promoção de vendas. A alma não se deixa levar por isso que é tão raso. A alma precisa de profundidade no seu tratamento porque seus movimentos são muitos refinados, sutis e lentos, enquanto o pensamento é acelerado e só carrega conhecimentos e informações, mas, está distante da sabedoria que precisa de tempo para se constituir e criar musculatura.
A postura de oferecer um atendimento altamente personalizado também para o grupo, a equipe ou a instituição é essencial para minha atividade. Quando passei a olhar para as instituições ou empresas de uma forma diferenciada e enxergando nelas seres humanos que, em determinadas situações, podem ser adoecidos pelas dinâmicas que ocorrem de forma muito velada e quase imperceptível, os resultados vieram de forma muito mais rápida e leve. Assim, desacredito totalmente modelos prontos, atendimentos padronizados e engessados pelo simplório uso das técnicas. Ajudar pessoas pressupõe muito mais do que esse tecnicismo massificante que nos salta aos olhos diariamente.
Cada ser humano é único e precisa ser atendido de forma particularizada, compreendendo como cada sujeito funciona. É preciso ter clareza do que habita cada pessoa e isso não se consegue com padrões que são usados para todo mundo. Uma pessoa não é todo mundo.
Na relação de ajuda, é preciso que o profissional-ajudante tenha clareza de como a pessoa que vem partilhar sua vida lida com suas questões pessoais, com sua família de origem, com seus sonhos e frustrações, com as vergonhas que carrega, com as culpas que teima em sentir, enfim, e com as questões do mundo, as dinâmicas da sua vida profissional e da empresa onde trabalha… como fica demonstrado, realmente, cada ser humano é único e deve ser tratado sob medida, com procedimentos que possam verdadeiramente ajudar cada pessoa com seu mundo interno diferenciado a solucionar e a curar suas dores.
Enxergo cada pessoa como única e original e é a partir de sua história de vida é que posso construir um caminho que só serve para aquela pessoa… o que fica claro, porém, no geral, é que quem quer o novo precisa jogar fora o que é velho na própria vida…o novo não acontece e não entra porque nem sempre encontra espaço na vida de quem deseja tanto renovar a própria existência. (Dr. Aluísio Alves, Terapeuta e Doutor em Educação Médica: atende online, presencial em consultório e grupos terapêuticos. Agende pelo WhatsApp (35)988537100 ou contato@aluisioalves.com.br)